5 coisas que podemos aprender com o fechamento das revistas da Editora Abril

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Ontem fui surpreendida com a concretização de um fato que há meses foi comentado em um grupo de jornalismo do Facebook: a Editora Abril encerrou dez dos seus títulos.

Entre os títulos cancelados está a minha revista feminina preferida, a Cosmopolitan (Nova), da qual fui assinante por muitos anos e pensava em voltar a assinar na versão digital através do aplicativo da Abril.

A editora que já foi a principal do mercado brasileiro permanecerá apenas com as revistas Veja, Veja São Paulo, Exame, Quatro Rodas, Cláudia, Saúde, SuperInteressante, Viagem e Turismo, Você S/A, Você RH, Guia do Estudante, Capricho, M de Mulher, Vip e Placar.

Essa notícia foi um choque para muitos jornalistas, principalmente os mais sonhadores que assim como eu pensavam em um dia trabalhar para um desses títulos.

Por muito tempo me imaginei na Abril. Escrevendo de política na Veja, logo quando me formei em jornalismo, e depois me imaginei da redação da Gloss (já descontinuada) e por que não ser jornalista na Cosmo? Seria um sonho…

Um sonho tão distante que foi um dos motivos para eu criar um site feminino, pois ter minha própria plataforma de conteúdo seria muito mais possível que conseguir uma vaga em uma editora do porte da Abril.

Mas vou confessar que estava muito tentada a procurar freela em impressos novamente… pela renda extra, por tentar recuperar meu nome no mercado, por falar de assuntos que eu gosto… enfim.

Só que precisamos reconhecer que o digital “acabou” com o impresso. Assim como o CD “acabou” com o vinil. O impresso vai deixar de existir para sempre? Não. Mas será cada vez mais um artigo de luxo consumido por poucos.

O que nós, jornalistas, podemos aprender sobre isso?

Precisamos nos reinventar como profissionais – Não só nas redações, mas nas assessorias de imprensa também. Em época de release otimizado, é difícil receber material que sigam alguns critérios primordiais para o texto na internet.

Precisamos empreender – Na faculdade de jornalismo aprendemos a trabalhar para outras pessoas, nunca para criarmos e gerirmos nossos próprios veículos. Blogs, portais, canais no Youtube… a web 2.0 nos deu uma série de possibilidade.

Precisamos testar formas de monetizar nossos negócios – Só o Adsense não paga as contas, a menos que você atinja alguns milhões de usuários (e isso não é fácil).

Precisamos encontrar outras formas de exercer a profissão – O marketing de conteúdo está aí. Sem as grandes mídias, as empresas precisarão de outras plataformas para atingirem seus públicos, o marketing digital também é uma ótima opção.

Precisamos reconhecer que tudo muda – Jornalista é arrogante. Mas como aconteceu com outras profissões, estamos diante de uma transformação que está custando nossos empregos. Reconhecer que o cenário mudou e que o mercado está em transformação é essencial para seguirmos em frente.


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