Como é viver com ansiedade??

Olá, meu nome é Leiliane, tenho 35 anos e sofro de ansiedade. Não, não é aquela “ansiedade” gostosa de quando você vai para o primeiro dia da escola ou quando vai começar um trabalho novo.

Estou falando da ansiedade doença. No meu caso, o CID 10-F41, conhecido como transtorno de ansiedade generalizada (TAG).

Não sei quando tudo começou. Sei que no prézinho a professora me notou depressiva. Ao longo da vida sempre fui a “mortinha”, a criança quieta que, como meu tio dizia (saudades, tio), só dava trabalho para falar.

Mas tudo se agravou lá em 2005 quando passei a sentir dores fortíssimas de cabeça. Todo médico que fui me disse que era emocional, tentavam me afastar do trabalho, mas eu nunca aceitei ficar sem trabalhar (era operadora de telemarketing).

Naquele mesmo ano sofri um grave acidente, tive traumatismo craniano e as dores só pioraram. Mas tecnicamente não tinha nada de errado. Era dor emocional. Uma dor emocional enlouquecedora, mas não incapacitante.

Ao longo desses anos todos, eu tentei vários tratamentos para dores, muito deles com antidepressivos e ansiolíticos. Remédios comuns, tarja preta, manipulados, fitoterápicos… acupuntura… tentei muita coisa e nada funcionou.

Mas além da dor de cabeça, percebi que algumas ações minhas indicavam também que algo estava errado.

A insônia por exemplo, tirando fatores familiares (que não falaria aqui para não gerar brigas) que me fizeram ter medo de dormir, alguns pensamentos cotidianos tiram o meu sono e isso me faz muito mal.

Um trabalho para entregar me tira o sono. Ainda que ele esteja em andamento. Um feed back negativo me tira o sono, planos bobos me tiram o sono…

 Viver com ansiedade é esperar o pior

Fora o pensamento acelerado. Pensar sempre no futuro. A conta que ta alta… saber que outras pessoas dependem de mim… tantas outras coisas que me fazem passar muito mal.

E é passar mal no sentido literal. A dor de cabeço piora, dermatite explode no corpo, e etc… são sintomas físicos de uma dor emocional.

E depois de dois assaltos seguidos, desenvolvi síndrome de pânico. Um horror. Tudo me assusta. Se eu tenho pesadelos com o último assalto (mais violento que o primeiro) eu passo mal por vários dias tendo palpitações e falta de ar…

Viver com a ansiedade não é fácil! Desisti das medicações porque os médicos nunca encontraram um farmaco que realmente resolve e eu não tenho tempo e nem dinheiro para ficar servindo de cobaia da indústria farmacêutica!

A maioria das drogas que eles me deram me deixavam com a mente letárgica. Eu trabalho com a mente, oras… não posso ficar com a cabeça vazia… vegetando…

Mas desde o começo do ano estou fazendo terapia… Até agora não vejo nada de diferente. Acho que o tratamento emocional tem mais a ver com a gente mesmo… em reconhecer o que desencadeia as crises e ir aprendendo a controlar o que sentimos.

Quando sei que as palpitações são das crises de pânico, eu não corro mais para o hospital. Mas já fiz isso algumas vezes. Hoje sei o que é e procura coisas que me distraiam e me fazem esquecer o que causou aquele sentimento de medo.

Porém não posso dizer que tudo é controlável, a TAG me faz ficar paralisada diante de muitas situações e isso não é bom. Estou sempre esperando o pior das coisas, e muitas vezes eu procuro o pior só para mostrar que minha mente estava certa. Loucura!

Procuro o pior nos trabalhos, o pior nas relações… o pior em tudo. Vira um imã, sabe?

Viver com ansiedade é isso…