Estou insatisfeita com meu trabalho aqui no JP. Primeiro porque não dá para fazer um bom jornal sozinha, é necessário uma equipe unida trabalhando com compromisso com a notícia. Faço melhor que consigo, mas ainda assim o jornal não é o melhor jornal do mundo como eu gostaria que fosse. Falta muito para chegar em um bom nível.
Não tem como ser jornalista presa dentro de uma sala. Essa semana vi como é impossível isso, fiquei dois dias sem internet aqui na empresa e isso prejudicou meu trabalho e atrasou todo o jornal, mas consegui recuperar esse atraso. Se não fosse pela web o que seria de um jornal como o JP que espera a notícia chegar até a redação?
Esses dias veio uma senhora fazer denúncia contra a loja Marisa por uma propaganda engosa, dizem que o cartão é gratuito, mas todas as faturas vêm cobrando o valor de R$1,95 como taxa de boleto que na verdade é anuidade. Mas nem publicamos a denúncia… Tem uma loja Marisa praticamente do outro lado da rua e não posso sair para questionar o gerente da loja sobre a denúncia, as tentativas pelo telefone foram frustradas.
Pra mim jornalismo é isso. É reinvidicações, é contraposições e informação quente, inédita, bem apurada, confirmada e exata. E não esse monte de release de prefeituras com noticias rabiscadas da internet.
Essa semana por causa das eleições resolvi fazer uma página explicando o que é democracia, o valor do voto e o que um vereador e um prefeito precisam fazer, qual a função deles. Tá mais pra texto de livro didático do que material jornalístico, mas acho que jornalismo também é educação, se posso usuar esse espaço para ensinar o que o público do jornal não sabe por que não fazê-lo?
Sorte que o editor gostou da idéia. Sou engajada nessas coisas políticas, mas sou pra lá de cismada com os políticos. Depois dessas eleições então…chega a ser frustrante… dá vontade de participar do power punk outra vez, mas fico pensando: tem tanto traficante querendo se eleger, tanto ‘vagabungo’, descomprometido com a sociedade, pensando somente no dinheiro fácil que vai ganhar que decidi entrar na briga pra colocar alguém que tenha interesses sim, mas que seja a favor da família e dos bons costumes.
O segundo motivo que estou insatisfeita se refere ao fato de eu não ser registrada. Sou uma boa funcinária, até porque sou praticamente a única e tenho feito trabalho quem me compete. Só que não sou reconhecida. Não me dão o valor que eu tenho, e não me refiro ao aumento de salário, se bem que sempre é bom um pouco mais de grana.
Quero ser reconhecida como jornalista e não como uma “pau-pra-toda-obra”… não sou secretária nem office girl, sou JORNALISTA… profissional, tenho um currículo bom e muita vontade.
Hoje estava conversando com uma amiga que trabalha no RH de uma empresa, ela estava fazendo os hollerits dos funcionários, na verdade estava corrigindo, tem mais de um ano que não tenho isso. Em agosto completou um ano que fui demitida, esse é meu segundo emprego depois da Dedic (trabalhava em telemarketing) mas nenhum foi registrado, quero ter benefícios, quero ter vale refeição, quero ter vale transporte, coisas que eu tinha antes e não achava que me fariam falta.
Quero trabalhar em uma editora ou em algum lugar com uma equipe de profissionais comprometidos, não é pedir muita coisa, estou no começo da carreira, mas pra mim seria um verdadeiro paraíso, mesmo se tivesse um editor chato que pegasse no pé. Preciso ser corrigida, aqui eu não sou. Erros grotescos passam despercebidos… Sei que tenho muito a aprender.
Uma amiga da faculdade disse pra eu dar graças a Deus em estar empregada na área porque boa parte dos nossos colegas de sala não estão, mas acho que mereço e posso mais. Estou atrás de outro emprego, se souberem de uma vaga para jornalista me avisem.
Olá, eu gostei muito do seu blog. Ele é muito bom.
Parabéns!
Um abraço